Fusões e aquisições de empresas é um tema cativante no contexto do mundo dos negócios, especialmente em questões relacionadas a estratégias e criação de valor.
O assunto é de alta complexidade e sua avaliação envolve geralmente o conselho de administração e os principais executivos da empresa, além de assessores financeiros e jurídicos externos especializados, sendo as decisões restritas aos sócios.
Simplificar é uma tendencia natural do ser humano, e mesmo considerando a amplitude da discussão proposta e riqueza de detalhes envolvidos em uma transação corporativa, o objetivo deste artigo é oferecer uma abordagem prática através de linguagem direta acessível a empresários em busca de maior entendimento sobre o tema, para enfrentar uma negociação desta natureza. Aos executivos envolvidos em processos de M&A e estudantes interessados no assunto, este artigo tem a intenção de compartilhar a visão de mercado sobre o processo de compra e venda de empresas, apresentar os principais conceitos e as indicar ferramentas necessárias.
Uma transação corporativa é um processo de mudança significativo e impacta diretamente as diversas partes envolvidas, não apenas acionistas, mas colaboradores, clientes, fornecedores e mesmo a sociedade de forma mais ampla. A Transformação de Capital inicia-se por meio de uma alteração no capital social, e pode, como consequência, impactar a estrutura de capital da organização resultante.
Garantir o sucesso da transação implica em gerir de forma eficiente o processo de mudança, com especial atenção às pessoas, integração de processos e cultura, comunicando adequadamente as mudaças, de forma personalizada à cada stakeholder.
A principal razão para adquirir uma empresa ou combinar negócios é a expectativa de gerar sinergias, uma busca por mitigação de riscos e eficiências administrativas, operacionais e comerciais que possibilitem maior potencial de crescimento e geração de valor adicional. O desafio principal da captura de sinergias tem início no bom planejamento da operação que se pretende concretizar, e posteriormente na integração pós fusão e subsequente alavancagem das competências e ativos adicionados.
Mas como estimar o valor da transformação proposta? É necessário um exercício de projeção de cenários, em um esforço para imaginar os resultados da transação considerando premissas bem fundamentadas. Partindo-se do histórico individual de cada uma das companhias envolvidas, conhecendo bem seus modelos de negócios, produtos e serviços, ciclos e tendências de mercado, procuramos compor a visão para um período de crescimento explícito para cada empresa, separadamente.
Ao combinarmos ambos os modelos é possível identificar as sobreposições e oportunidades de sinergia, áreas em que podemos ser mais eficientes e reduzir custos, mitigar riscos, alavancar vendas, e assim calculamos o valor adicional em potencial a ser capturado em função da transação.
A forma através da qual atribuimos valor aos ativos ou empresas é pelo cálculo do seu valor econômico, ou seja, sua capacidade de geração de fluxo de caixa em excesso à seus compromissos, custos, despesas e investimentos necessários para financiar seu crescimento. O modelo econômico-financeiro é a ferramenta mais utilizada e aceita pelo mercado para estimar o fluxo de caixa e descontá-lo a valor presente pela taxa de desconto que melhor reflita o risco da projeção. O termo em inglês mais usado para designar esta metodologia é Valuation.