Inteligência Artificial em M&A: A Nova Fronteira da Eficiência Estratégica


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Tecnologia Aplicada em M&A.

Inteligência Artificial em M&A: A Nova Fronteira da Eficiência Estratégica.

Daniel Rivera Alves
Sócio Fundador da Elit Capital

O uso da inteligência artificial (IA) nos negócios tem como objetivo central gerar valor, além de gerar conteúdo, análises ou automatizar tarefas. Nesse novo contexto tecnológico, o ser humano permanece como protagonista, conferindo credibilidade ao processo e às ferramentas de IA e fortalecendo as relações com as partes interessadas.

Para compreender a inovação, é fundamental elucidar as principais características desta tecnologia e o seu processo evolutivo. A IA Generativa aprende padrões para criar conteúdo e resultados originais — de relatórios e análises a protótipos de produtos — superando sua predecessora, a IA Preditiva, que se limitava a estimar cenários, sem produzir material novo. Em 2025 vivenciamos a terceira onda da inteligência artificial, a IA Agêntica.

A IA Agêntica se caracteriza pela autonomia na execução de tarefas e na tomada de decisões sem supervisão contínua, pelo comportamento orientado a objetivos que podem evoluir com o tempo, pela adaptabilidade para ajustar ações conforme mudanças no ambiente e novas informações, pelo processamento de grandes volumes de dados para escolher as alternativas mais eficazes e pela interoperabilidade entre múltiplas fontes de dados, ferramentas e plataformas, garantindo operações integradas e decisões mais bem-informadas.

Na era agêntica, o cenário de fusões e aquisições (Mergers and Acquisitions – M&A) encontra-se em meio a transformações profundas. O que até então era um processo intensivo em capital humano e análise manual, agora é impulsionado por tecnologias e ferramentas capazes de redefinir a forma como as empresas identificam e avaliam oportunidades de negócios, conduzem diligências e integram operações. A IA não é apenas uma ferramenta de apoio — ela está se tornando uma camada de inteligência adicional, um agente estratégico central nas decisões de M&A, cada vez mais superintuitivos e com capacidade de prever demandas com alta precisão.

Com a chegada da IA Generativa (GenAI) e dos agentes autônomos, um novo paradigma se consolida: a inteligência artificial como motor estratégico das operações de M&A. Segundo relatório da Bain & Company, apenas 16% das organizações utilizam GenAI nesse contexto atualmente, mas até 2027 mais da metade deverá adotar a tecnologia para acelerar e otimizar seus processos, devendo alcançar 80% em três anos.

Historicamente, operações de M&A demandam um suporte robusto de assessores especializados, que reúnem competências negociais, profundo domínio em finanças corporativas, análise minuciosa das estruturas e implicações jurídicas envolvidas, além de experiência operacional e uma visão estratégica bem definida para o mercado de atuação.

Esses processos são compostos por múltiplas etapas interdependentes: desde uma preparação cuidadosa e uma prospecção criteriosa, passando pela análise de sinergias potenciais, condução da due diligence (DD), negociações complexas com termos e condições específicas, estruturação financeira e societária sob medida da transação, até a integração pós-fusão (PMI). Cada fase exige tempo, precisão e, acima de tudo, capacidade de processar e interpretar grandes volumes de dados com agilidade e assertividade.

Os assessores de M&A envolvidos em transações corporativas, sejam eles consultores de negócios, advogados, analistas financeiros, auditores ou gestores de integração, estão percebendo suas funções evoluírem com o apoio de tecnologias de IA. Inúmeras ferramentas específicas para fusões e aquisições, desenvolvidas com base em IA, estão disponíveis no mercado e oferecem uma variedade de funcionalidades que garantem aos assessores ganhos de produtividade impressionantes.

 

Tecnologia Aplicada à Execução de Transações Corporativas

A aplicação da inteligência artificial em plataformas de análise especializada tem revolucionado as etapas de identificação e avaliação de oportunidades de negócio. Desde a triagem detalhada de possíveis alvos de aquisição até a análise preditiva de riscos, passando pela automação de tarefas jurídicas e financeiras, essas soluções vêm alavancando a eficiência e aprimorando a qualidade e a precisão das decisões estratégicas do processo de M&A. Com capacidade de analisar milhares de informações em tempo real, cruzando dados públicos e privados, essas plataformas revelam oportunidades inexploradas e potenciais transações com base em critérios altamente específicos.

Merecem destaque algumas funcionalidades mais relevantes destas plataformas, como os recursos de sourcing & screening, voltados à identificação de investidores, compradores e alvos estratégicos para aquisição. Através de filtros avançados — como segmento de atuação, localização geográfica, porte da entidade, tipo de operação e indicadores financeiros — essas plataformas entregam resultados precisos em questão de segundos, substituindo semanas de trabalho manual por insights instantâneos e acionáveis. Além disso, geram relatórios comparativos robustos, com análises detalhadas que evidenciam questões fundamentais para embasar decisões de alto impacto e acelerar movimentos estratégicos com confiança.

Um dos principais usos da tecnologia e inteligência artificial em operações de M&A está nas plataformas digitais que conectam investidores, compradores e vendedores em escala global. A maioria dessas soluções é projetada para apoiar diretamente os assessores profissionais na execução de seus mandatos, oferecendo ferramentas que ampliam a eficiência e a precisão das análises.

Embora possam ser comparadas, em termos gerais, a marketplaces ou classificados empresariais digitais, essas plataformas se distinguem pelo alto grau de sofisticação e pelos recursos avançados de inteligência artificial, capazes de identificar os pares mais adequados para cada transação listada — com base em critérios estratégicos, financeiros e operacionais.

Um estágio crítico da operação que vem sendo transformado pelo uso de tecnologia é a due diligence. Tanto a diligência conduzida pelo comprador quanto a vendor due diligence — realizada previamente pelo vendedor — têm se beneficiado significativamente da aplicação de inteligência artificial.

Entre as ferramentas digitais mais utilizadas neste processo está o Virtual Data Room (VDR), ou Sala de Dados Virtual. Essa solução tradicional evoluiu com o avanço de tecnologias de segurança, automação e análise inteligente, tornando-se ainda mais eficiente. Os VDRs oferecem um ambiente digital seguro para o compartilhamento de informações sensíveis e documentos confidenciais relacionados à transação, viabilizando uma diligência mais ágil, precisa e confiável.

Por meio de algoritmos sofisticados, essas plataformas de VDR extraem insights relevantes de documentos jurídicos, operacionais e financeiros, reduzindo significativamente o tempo necessário para concluir a diligência e aumentando a confiabilidade das análises.

Um dos recursos mais avançados dos VDRs modernos — aprimorados por inteligência artificial — é a automatização do processo de perguntas e respostas (Q&A). A IA embarcada não apenas sintetiza dúvidas recorrentes e responde diretamente a questionamentos sobre os documentos disponibilizados, como também revisa contratos, analisa demonstrativos financeiros, registros fiscais e documentos regulatórios em questão de minutos. Com isso, é capaz de identificar cláusulas de risco, inconsistências e oportunidades ocultas com elevada precisão, otimizando a tomada de decisão e agregando valor ao processo de diligência.

Algumas dessas soluções digitais especializadas oferecem funcionalidades que extrapolam os recursos tradicionais de um VDR, viabilizando uma gestão integrada de projetos de M&A. Ao incorporar ferramentas de IA para automatizar e acompanhar relacionamentos (CRM), monitorar oportunidades em andamento (pipeline), gerenciar cronogramas e até mesmo gerar automaticamente rascunhos dos materiais de divulgação — como teasers e Confidential Information Memorandums (CIMs) — essas plataformas transformam documentos e dados disponíveis em recursos estratégicos.

Na nova era agêntica, os profissionais envolvidos em transações de M&A precisam desenvolver competências que vão além da análise financeira. A liderança aumentada por IA exige o desenvolvimento da capacidade de definir adequadamente problemas complexos e fluência tecnológica para estruturar as melhores soluções. Neste sentido, o papel do assessor de M&A está se transformando: de executor técnico para orquestrador de agentes inteligentes, fazendo uso de ferramentas tecnológicas poderosas de IA para suportar decisões estratégicas.

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